Os óculos da despedida

Vocês assistiram aquele episódio de How I Met Your Mother em que o Marshall vai finalmente sair do emprego que odeia mas então, na ultima semana, começa a ver como ele ama o emprego? Ainda bem que Marshall tem seus amigos para explicar o que estava acontecendo: os óculos da despedida.

Segundo Ted, Lily, Barney e Robin, os óculos da despedida aparecem sempre que vamos nos despedir de algo. Mesmo que a gente não goste dessa coisa, ao sabermos que é uma despedida, passamos a ser cegados por esses óculos que distorcem aquilo que vemos, como se tudo que estamos deixando para trás fosse lindo e maravilhoso.

Essa é minha ultima semana no estágio. Ok, eu nunca o odiei, mas também não estava realizada. Me dei bem com a maior parte dos meus colegas de trabalho, mas teve um parcelinha que não faço questão de manter contato.

Há três semanas atrás, quando já sabia que era meu ultimo mês, tentei usar os óculos a meu favor, era minha motivação para levantar da cama e vir trabalhar: “é seu ultimo mês, garota, você vai sentir falta, vai lá”. Funcionou bem. Mas depois de um tempo começou a verdadeira distorção. Depois de um tempo, veio o medo de se arrepender depois. Besteira, não? Medo de se arrepender. Quanto isso já nos atrasou na vida, hm?

Esse é o problema: quando os óculos mágicos nos engana com seus truques. Sentirei falta das risadas matinais e das pessoas que convivi, sem dúvidas que sim. Também não posso negar o quanto aprendi nesse um ano e três meses. Mas eu estava estagnada, não estava aprendendo nada novo, era monótono, é preciso seguir em frente.

Meu namorado me incentivou a anotar essa frase na agenda para que eu não me cegasse:

“Se você está em um lugar onde não esteja aprendendo e nem contribuindo, use seus dois pés e vá para um lugar onde esteja”.

Confesso nem saber de onde é, mas é o que tenho utilizado como mantra ultimamente.

Mas ok, estou levando bem colocando em mente que é preciso saber o que queremos ou precisamos deixar para trás para que venham coisas melhores. Assim como guarda roupa cheio não entra roupa nova, vida abarrotada de coisas que estagnam, também não.