Esse fim de semana, Júpiter, o rebelde, saiu de sua orbita e causou confusão aqui. Confusão demonstrada pelos meus olhos quando olhei para a escada do shopping.
Mas me deixe começar do início. Primeiramente é preciso que eu justifique meu mau humor daquela sexta-feira. Eu não tinha almoçado, e isso já é razão suficiente para estar irritada quando já são 18 horas.
Além disso, nessa mesma tarde, eu corri como louca e respirando pela boca, como boa esportista que sou desde a época em que “torcia” o tornozelo e não “podia” fazer a aula de educação física no Ensino Médio. Não sei se vocês já correram um longo percurso de boca aberta, mas é dolorido, o ar frio vem para a sua garganta e você sente como se estivesse engolindo gelo dentro de uma sauna quente (não que eu já tenha feito isso).
Essa correria toda foi para pegar o ônibus a tempo e viajar 3 horas e meia para ver meu namorado. Eram 18 horas quando desci na rodoviária. Ele estava saindo do trabalho e ligou pedindo para que esperasse em tal lugar. Me neguei, eu estava mal e com fome, ia esperar na praça de alimentação, fim de papo! Ele então falou para que eu não pedisse nada para comer, achei egoísmo, resmunguei um “tá bom” entre os dentes acarcados e desliguei.
Esperei numa mesa de frente para a escada que dava acesso à praça de alimentação para que ele me localizasse logo e eu pudesse comer tudo que eu quisesse, sem me importar se meu prato sairia três vezes maior que o dele, afinal, já passamos dessa formalidade.
Só que então, comecei a perceber que ali ocorreria uma cena romântica. Seria lindo, mas não queria de forma alguma aparecer de bicão no vídeo, já que os amigos do cara se mostraram bem interessados em filmar tudo enquanto ele descia pelas escadas com um bouquet enorme na frente do rosto. Torci para a garota estar longe de mim já que eu estava feia e o filme podia se transformar num viral.
Parei de torcer quando as flores foram abaixadas e por de trás, surgiu o rosto do senhor meu namorado. Fiquei abobada, olhei pra ele, para as flores, para a câmera sem entender. Todos em volta olhavam. Os meus olhos ficaram um pouco molhados. Só um poquinho, cof cof. E o sorriso enorme era apenas porque dormi com um cabide na boca sem querer. Era só isso, sério. Ok, não acredite então.
Depois ele me deu um embrulhinho que continha uma caixinha vermelha em formato de coração dentro. Eu me reprimi, minha mente repetia “não fique feliz ainda, pode ser um par de brincos”. Sorri aliviada ao ver as duas alianças prateadas lá dentro, sabendo que não tinha me precipitado ao ficar feliz antes de confirmar o que era.
Mais tarde, depois de toda felicidade e surpresa do momento, veio a confusão. Falei empolgada para minha mãe o que aconteceu, mas a única coisa que ela conseguiu processar foi “aliança” que ela logo associou a “noivado”. Ainda bem que, ao final da ligação, ela fez questão de repetir “Então você está noiva, filha?”. A voz emocionada da minha mãe foi de partir o coração, foi mesmo, tive que explicar que hoje em dia, existem as alianças de namoro, que não representam um noivado. Ela ficou chateada, mas era preciso contar antes que ela decidisse compartilhar com a família.
Agora aqui estou, exibindo meus meu dedo anelar direito e toda feliz, mas ainda tentando explicar para alguns que em momento algum, quando contei o que houve pro Facebook e o mundo ver, mencionei a palavra “noivado”. Talvez um dia, o vídeo saia por aqui, mas por enquanto, ficam as fotos que tiramos já na casa dele:
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