11.7.13

Cor de folhas secas



     Eles não foram o principal, confesso. Eles também não foram notados de primeira.
     Primeiro foram as palavras, foram elas que criaram o vínculo. As palavras vieram como pés descalços em piso morno: “Achei que sua alma pudesse se parecer um pouco com a minha”. Foram essas as primeiras palavras, foi aqui o ponto de partida.
     Eles foram notados aos poucos. Foram notados depois do riso, aquele riso que faz cocegas no estomago. Também ficaram para trás das leituras com a voz firme, dos interesses em comum, das mensagens de madrugada, das conversas infinitas, dos desabafos.
     Eles ficaram atrás de muitas coisas, mas foram tão importante quanto elas. Não eram azuis como o mar, não eram verdes como esmeraldas, não eram desses tantos outros clichês. Eram olhos cor de folhas secas. Folhas secas que me procuraram naquela rodoviária. Folhas secas que brilhavam mais do que as outras. Folhas secas que prontamente mergulharam nos castanhos escuros.

(Relato baseado em fatos totalmente presentes e reais em homenagem aos olhos cor de folhas secas que agora também são meus).

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